domingo, 15 de agosto de 2021

Existe leite materno fraco?

 

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          O puerpério, ou pós-parto, representa um período de rápidas e intensas mudanças não somente para a mãe de um recém-nascido, como também para toda a dinâmica familiar. Tal fato ocorre, porque o novo cenário exige reorganização para que haja efetiva adaptação à nova rotina. Nesse contexto, é normal, por exemplo, surgirem algumas dúvidas sobre a amamentação e sobre os sinais que são emitidos pelo bebê. Ademais, não raro, pai e mãe (mãe e mãe ou pai e pai) também se vêem afetados pelo medo, pela ansiedade e pela sobrecarga emocional, impostos pela pandemia. Diante dessa realidade, vamos conversar um pouco sobre a importância do aleitamento materno para o desenvolvimento da criança e para a saúde da mãe.

          Conforme recomendação do Ministério da Saúde, o aleitamento materno exclusivo deve ser mantido até os 6 meses e complementado, no mínimo, até 2 anos. O aleitamento materno exclusivo ocorre, quando a criança recebe somente leite materno, sem outros líquidos ou sólidos, com exceção de alguma suplementação prescrita pelo médico, quando necessária. Algumas das vantagens do aleitamento materno, para a criança, estão na composição nutricional, metabólica e imunológica ideal para o sistema gastrointestinal e renal em amadurecimento. Além disso, a amamentação ajuda na prevenção de doenças infecciosas e colabora também para o desenvolvimento da cavidade bucal e para o desenvolvimento cognitivo do bebê.

          Ademais, o aleitamento materno também proporciona vantagens para a mãe. A ocitocina estimula a contração das células musculares lisas do útero. Tal ação da ocitocina age na prevenção da hemorragia pós-parto. Além disso, durante o aleitamento materno, ocorre a redução do risco de desenvolvimento de câncer de mama e de ovário. Sem falar nas vantagens psicoafetivas do vínculo entre mãe e bebê. Outro ponto importantíssimo a ser ressaltado é que não existe leite fraco. Não raro, o que acaba dificultando o processo do aleitamento materno é a existência de algum erro na hora de empreender a técnica para amamentar o bebê. É preciso sempre observar se o bebê está bem apoiado, se o bebê está com a cabeça e o tronco alinhados, se o corpo do bebê está próximo ao corpo da mãe e se o rosto do bebê está de frente para a mama. Ainda é preciso observar se a pega está correta.

          Faz-se necessário, portanto, que o aleitamento materno seja constantemente incentivado. Isso porque tal ato de amor garante ao bebê um desenvolvimento saudável. Ademais, garante também a mãe uma melhor qualidade de vida, visto que reduz o risco da mãe, que amamenta, ser acometida por enfermidades. Cabe ainda ressaltar aqui que preparar esse mundo, da melhor maneira possível, para receber as crianças que estão chegando é um compromisso de todos. Um compromisso de todos nós com a existência humana.  




quarta-feira, 21 de outubro de 2020

Uma carta aos que sofrem


             Hoje escrevo para todos aqueles que estão passando por momentos difíceis. São vários os motivos capazes de causar estresse e desânimo ao ser humano: sobrecarga na vida profissional, excessos da vida acadêmica, injustiça e desilusão, por exemplo. Independente do motivo que esteja causando sofrimento a ti, saiba que não estás sozinho (a) e que tu podes agir para diminuir teu sofrimento diante de um momento de dor. Além disso, saiba também que tu podes converter esses tempos difíceis em aprendizado e força para enfrentar as batalhas diárias.

        Diariamente, somos bombardeados por notícias catastróficas e pelos nossos empecilhos existenciais. Por conta disso, não raro, somos assombrados pelo cansaço físico e pelo esgotamento mental. Tal circunstância acabar por sequestrar a nossa paz interior e a nossa motivação. Sempre que te sentires desmotivado, cansado ou triste, saiba que podes desacelerar a correria do cotidiano. Saibas que tua vida vale muito mais do que qualquer ganho na vida profissional e muito mais do que qualquer título acadêmico, por exemplo. Desacelera sem medo. Quando desacelerar, reaprendas a respirar fundo. Percebe que és um ser humano único. Vai, mesmo que pouco a pouco, recuperando as tuas forças e não permitas que ninguém desmereça teus sonhos e teus objetivos.

          Se estiveres te sentindo paralisado (a) diante da realidade, imposta pelo distanciamento social, não te sintas culpado (a) por isso. Cada ser humano reage de uma determinada maneira diante de um cenário conturbado. Cada indivíduo tem seus respectivos pontos fortes e pontos a serem aperfeiçoados. Se teu sofrimento estiver saindo do controle, não pense duas vezes, busque ajuda profissional imediatamente. Se não tens plano de saúde, procure uma Unidade de Pronto Atendimento. Certamente, serás muito bem acolhido (a). Não fiques sofrendo sozinho (a). Ademais, nunca esqueças que sempre terás com quem contar. À medida do possível e dentro das tuas possibilidades, procure auxílio de um profissional da saúde mental.

           Amigo (a) leitor (a), por fim, peço que tenhas sempre paciência contigo mesmo (a). Peço também que busque desacelerar a correria do cotidiano, sempre que necessário. Como conversamos ao longo do texto, nenhum emprego ou título acadêmico vale mais do que a tua paz de espírito. Se, em algum momento, as dores pesarem demais, não deixes de procurar ajuda. Nunca esqueças que não estás sozinho (a). Respira fundo e segue a tua caminhada. As tempestades, normalmente, surgem para nos ensinar algo e, posteriormente, vão embora.






quarta-feira, 9 de setembro de 2020

Setembro Amarelo: reflexão e acolhimento

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         Predominantemente, sexo masculino, idade entre 14 e 40 anos, desempregado (a), morador (a) de áreas urbanas, portador (a) de quadro de depressão e/ou vítima de instabilidade familiar. Tais condições representam alguns dos principais fatores de risco para o suicídio. Ressalto que a ausência de algum desses fatores não representa a inexistência de planejamento e/ou de uma possível tentativa de suicídio. Diante do Setembro Amarelo e da necessidade do debate a respeito da prevenção ao suicídio, faz-se necessário que a população, em geral, busque, cada vez mais, informação a respeito do tema saúde mental para que, de maneira mais humana e efetiva, consiga compreender e acolher ao sofrimento do próximo.  

          As pessoas, em geral, infelizmente, estão cada vez mais distantes umas das outras. Em razão disso, já não conseguem identificar o grito escondido no olhar distante, assim como não conseguem reconhecer o desânimo por trás de um sorriso entristecido, por exemplo. Não é preciso ser um especialista em linguagem corporal para perceber que algo pode não estar bem no universo de uma pessoa, basta empatia para observá-la. Diante do atual cenário, não raro, regido pela indiferença, precisamos (re) aprender a nos conectarmos genuinamente uns com os outros. Maior exemplo da nossa falsa proximidade reside nas redes sociais. Nesses ambientes, ainda que tenha milhares ou milhões de seguidores, frequentemente, os indivíduos se sentem extremamente sozinhos. Nesse contexto, o Setembro Amarelo nos convida, primeiramente, a dar um mergulho no interior de nossa existência para que possamos descobrir, a partir de que momento, como sociedade, passamos a agir com indiferença diante do sofrimento alheio.

          Diante da suspeita de que alguém possa estar cogitando a possibilidade do suicídio, primeiramente, não podemos correr o risco de subestimar a gravidade do quadro. Ademais, precisamos, inicialmente, tentar estabelecer um diálogo franco e sem julgamento. Dessa maneira, a criação do vínculo, por meio do diálogo, poderá ocorrer de maneira mais efetiva. Em uma primeira abordagem, não precisamos ser necessariamente psicólogos (as) ou psiquiatras. Posteriormente, ao primeiro diálogo direto e respeitoso, precisamos incentivar ao indivíduo a procurar por ajuda profissional. Ressalto aqui que, em caso de emergência, o serviço do SAMU precisa ser acionado. Ressalto ainda que falar sobre a prevenção ao suicídio, ao contrário do que muitos pensam, não incentiva ao indivíduo a cometer tal ato. Pelo contrário, possibilita aos indivíduos a chance de expor a dor que sente.

          A prevenção do suicídio, portanto, não pode se restringir apenas ao mês de setembro. Precisamos, a todo instante, estar atentos ao ânimo de todos que estão ao nosso redor. Precisamos também lutar para que a superficialidade, das falsas interações, não substitua a conexão genuína da vida real. Momentaneamente, há a necessidade do distanciamento social em razão do coronavírus. Entretanto, assim que as circunstâncias melhorarem, poderemos nos aproximar novamente uns dos outros e poderemos também viver de modo que a conexão da vida real seja edificada dia após dia. Por fim, não podemos esquecer que o acolhimento efetivo nasce da vontade franca de compreender ao próximo e da busca constante pela informação.      

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domingo, 12 de julho de 2020

Inspiração para os tempos difíceis



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        Vivemos tempos difíceis: pandemia, notícias falsas, narrativas alarmistas e pseudociência, travestida de ciência. Diante desse cenário, precisamos nos reinventar, diariamente, buscar o autoaperfeiçoamento, como ser humano, e buscar também uma maneira de enfrentar os empecilhos que se apresentam no cotidiano. Pus-me a procurar, na nossa história, um ídolo brasileiro capaz de inspirar determinação, força, coragem e orgulho de ser brasileiro aos cidadãos brasileiros. Regressei aos anos 1990 e me deparei com um dos maiores ídolos do esporte mundial: Ayrton Senna. Ainda que ele tenha partido cedo demais, no dia 1° de maio de 1994, ele deixou muitos ensinamentos e bons exemplos aos brasileiros.
        Ayrton Senna, nosso eterno tri-campeão mundial de Fórmula 1, enfrentou os mais variados empecilhos até se sagrar como o maior nome do automobilismo mundial. Certa vez, em função das perseguições e das punições injustas, impostas pelo presidente da Federação Internacional de Automobilismo – Jean-Marie Balestre – Senna chegou a cogitar a possibilidade de abandonar o grande sonho de ser piloto de Fórmula 1. Entretanto, Senna recuperou o fôlego, diante dos dias difíceis, e, com determinação e coragem, calou todos aqueles que agiam para que ele não progredisse na carreira como piloto. Ainda que não sejamos pilotos de Fórmula 1, podemos nos inspirar na força e na determinação de Senna para enfrentar nossos dias difíceis. Diante da pandemia, do distanciamento social e, até mesmo, do desemprego, precisamos reunir nossas habilidades, independente da área de atuação, e lutar para sermos os melhores naquilo que nos propomos a fazer. Isso porque todas as áreas necessitam de profissionais com garra, com determinação e com vontade de vencer as dificuldades.
        Assim como Senna lutou contra as adversidades, precisamos diariamente laborar para aperfeiçoar as nossas habilidades individuais, independente da nossa esfera de atuação. Se me perguntassem qual é a habilidade que os brasileiros, em geral, precisam aperfeiçoar urgentemente, eu responderia que a população necessita desenvolver e/ou aprimorar, o mais rápido possível, o hábito da leitura. Isso porque é inadmissível que o cidadão brasileiro se torne escravo da falta de ânimo, por exemplo. Quem lê pouco (ou nada lê) enxerga o mundo apenas pelos olhos dos outros. Além disso, nada questiona e, sem perceber, frequentemente, renuncia a própria liberdade em razão da falta de conhecimento. Claro que muitos cidadãos, infelizmente, não têm a oportunidade de desenvolver o hábito da leitura. Entretanto, se estás aqui nessa nossa conversa, tens a possibilidade de aperfeiçoar o referido hábito. Não só leia, mas também incentive outras pessoas a desenvolverem o hábito da leitura também. É uma questão de treinamento mental. Como sempre afirmou Senna, precisamos treinar a nossa mente para fazer o que a gente quer, não o que ela quer.  
         Diante de tempos difíceis, faz-se necessário que tenhamos persistência, coragem e determinação para buscar o nosso aperfeiçoamento como ser humano. Tal como buscou Ayrton Senna durante toda a vida. Tanto que é lembrado, como uma lenda, até os dias atuais. Que possamos nos inspirar nos ensinamentos e nos bons valores deixados pelo nosso eterno tri-campeão mundial de Fórmula 1. Além disso, que consigamos enfrentar os empecilhos do cotidiano, assim como Senna enfrentou todas as dificuldades que apareceram no caminho dele. Por fim, deixo uma mensagem que Senna direcionou aos cidadãos brasileiros: “Seja quem você for, independente da posição que você tiver na vida, em um nível altíssimo ou um nível mais baixo social, tenha sempre como meta muita força e determinação. E sempre faça tudo com muito amor e com muita fé em Deus. Que um dia você chega lá, de alguma maneira, você chega lá”.




sábado, 25 de abril de 2020

Placar parcial: Vida 6 x 0 Aborto



          Na sexta-feira passada (24), o Supremo Tribunal Federal (STF), por meio do plenário virtual, começou a analisar a ADI 5581 (Ação Direta de Inconstitucionalidade). Essa ADI pede a legalização do aborto em caso de microcefalia, causada por zika vírus. Os ministros do STF têm prazo até o dia 30/04/2020 para emitir parecer sobre a referida ADI. Entretanto, já, no sábado (25), o STF formou maioria contra a referida ADI: por 6 votos a 0. Se tivesse recebido parecer favorável, tal ADI poderia abrir precedente para que o aborto fosse legalizado de forma mais ampla futuramente no país. Veja bem, aqui não escrevo sobre os casos específicos nos quais, por lei, o aborto é permitido.
          O posicionamento contrário do STF em relação ao aborto precisa ser ressaltado e comemorado. Isso porque a suprema corte votou de acordo com o que pensa a maioria dos cidadãos brasileiros. Segundo o Instituto Paraná Pesquisas, 75% dos brasileiros são contra o aborto. A mortalidade materna é, sim, uma questão de saúde pública. Entretanto, as mazelas da nossa saúde pública se resolverão com maiores investimentos no nosso Sistema Único de Saúde, e não com a interrupção deliberada da gestação.
          A afirmação de que “a legalização do aborto diminui os casos de aborto” é falaciosa. No Uruguai, no primeiro ano após a legalização do aborto, em 2013, houve 4.000 abortos. Nesse mesmo país, em 2014, houve 8.000 abortos. Segundo o Dr. Elard Koch, a projeção é de que, em 15 anos, no Uruguai, ocorra cerca de 30.000 a 35.000 abortos ao ano. Em contrapartida, no Chile, onde há criminalização do aborto, o índice de mortalidade materna é baixo. No Chile, o índice de mortalidade materna foi de 275 óbitos a cada 100.000 nascidos vivos, em 1960, para 13 óbitos a cada 100.000 nascidos vivos, em 2017.
          Em 1993, a Polônia passou a criminalizar o aborto com restrição semelhante a que ocorre no Brasil. Como resultado disso, em 2015, o referido país apresentou índice de mortalidade materna de 3 óbitos a cada 100.000 nascidos vivos. Fica evidente que legalizar o aborto não implica em redução da mortalidade materna nem implica também em redução do número de abortos. A redução da mortalidade materna passa por uma maior atenção que deve ser empreendida em relação ao nosso sistema de saúde e não tem relação direta com a interrupção da gestação, como argumentam alguns “especialistas”.
           O STF, portanto, ao não dar parecer favorável a ADI 5581, votou em favor da vida. Além disso, não deu chance para precedentes futuros em favor do aborto. Ademais, votou de acordo com o que pensa a maioria dos cidadãos brasileiros. Diante de tempos difíceis, não podemos deixar de ressaltar os bons acontecimentos. Tais acontecimentos nos dão força para seguir enfrentando os embates do cotidiano sem desanimar. Sigamos atentos!



sexta-feira, 10 de abril de 2020

Precisamos cuidar dos nossos idosos


          Diante da pandemia que estamos enfrentando, cresce ainda mais a importância de sabermos como compreender e manejar as necessidades da população idosa. Isso, porque, entre outros aspectos, o envelhecimento evidencia também uma dificuldade de adaptação ao ambiente. Além disso, saibamos que não é normal uma pessoa idosa apresentar quadro de depressão, infecção urinária nem perda de memória, por exemplo. Tais quadros clínicos exigem investigação criteriosa. Com o objetivo de melhor compreender os idosos e, consequentemente, melhorar a qualidade de vida da população idosa, hoje conversaremos sobre imunização, por meio de vacinação, prevenção primária, secundária e terciária.

          Entre as recomendações da prevenção primária de saúde – aos idosos – estão: dieta balanceada, atividade física, cessação do tabagismo, evitar o consumo de álcool e estar sempre com a carteira de vacinação em dia. A dieta balanceada se faz necessária, visto que desnutrição e perda de peso estão relacionadas com perda funcional do idoso. A atividade física rompe o sedentarismo e modifica os fatores de risco para doenças causadoras de incapacidade. Além disso, o idoso precisa ser encorajado a abandonar o tabagismo, porque, assim, entre outros motivos, ficará distante da chance de desenvolver Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, por exemplo. Quanto ao consumo de álcool, deve ser evitado, já que alcoolismo se relaciona, intimamente, com câncer de fígado, cirrose hepática e hepatite, por exemplo.

          Da prevenção secundária, faz parte o rastreio de doenças em idosos assintomáticos. Tal ação se faz necessária, porque o diagnóstico precoce de uma doença permite intervenção que trará benefícios ao paciente. Por meio do raciocínio clínico apurado e da anamnese (entrevista) feita com o idoso, pode-se precocemente rastrear neoplasias, doenças metabólicas (obesidade, diabetes, hipertensão e doenças cardiovasculares, por exemplo), osteoporose, depressão e aneurisma de aorta abdominal, para citar apenas alguns exemplos. Quando há doença estabelecida, “entra em campo” a prevenção terciária. Tal recurso tem como objetivo manter a funcionalidade ou tentar recuperar o patamar anterior da saúde do idoso. Frequentemente, a prevenção terciária conta com equipe multiprofissional na assistência aos idosos.

         Para, portanto, cuidarmos da melhor maneira dos nossos idosos, precisamos estar atentos ao que é recomendado pela prevenção primária, secundária e terciária de saúde. Além disso, precisamos auxiliar os idosos no acompanhamento do calendário nacional de vacinação. Ao compreendermos as necessidades e aflições da população idosa, melhor poderemos protegê-la. O inverno se aproxima. Em razão disso, faz-se necessário que todos os cidadãos assumam o compromisso de zelar pelo bem-estar, pela dignidade e pela saúde do idoso. À medida que a solidariedade com os idosos aumenta, o poder de ação do Covid-19 diminui – e muito. 


quinta-feira, 19 de março de 2020

COVID-19: informação, prevenção e proteção

         Os Coronavírus, segundo a Sociedade Brasileira de Infectologia, compõe uma grande família de vírus, conhecida desde 1960. Eles podem causar desde resfriado comum até síndromes respiratórias graves. O novo Coronavírus (COVID-19) pode ter tido sua origem em morcegos, conforme estudo do Journal Medical Virology. Ademais pode ser transmitido de pessoa para pessoa pelo aperto de mão, tosse e espirro, por exemplo. Após esse breve histórico, conversaremos a respeito de como podemos nos proteger e proteger os demais do COVID-19. Proponho tal diálogo, porque acredito que o cidadão informado vai conseguir fazer a diferença na luta contra o COVID-19. Precisamos levar aos cidadãos informação, e não terror e desespero.
          No curso de medicina, aprendemos que, se o paciente não souber os porquês de determinado tratamento, a chance dele não seguir as orientações médicas é gigantesca. A população precisa saber, por exemplo, que deve higienizar correta e frequentemente as mãos, visto que o COVID-19 pode ser transmitido de pessoa para pessoa por meio de aperto de mão, por meio de tosse, por meio de espirro e por meio do contato com objetos contaminados. Além disso, os cidadãos precisam saber que – os atos de lavar corretamente as mãos e de evitar aglomerações – funcionarão como fator de proteção contra o COVID-19. Diante de uma pandemia, como a que estamos enfrentando, é preciso ter calma e paciência para bem orientar ao cidadão. Isso porque a desinformação e o medo só são benéficos ao COVID-19 e aos que estão se aproveitando da crise para ludibriar os outros, seja com causas partidárias egoístas, seja com superfaturamento de produtos essenciais.
        Após conversarmos sobre a importância da higiene das mãos e de evitarmos aglomerações, conversaremos a respeito dos porquês de nos mantermos em quarentena. Tal medida se faz necessária, visto que limita a circulação das pessoas e, consequentemente, do COVID-19. Além disso, diminui as chances do COVID-19 acabar infectando um indivíduo em situação de vulnerabilidade. Infelizmente, nem todos os cidadãos tem condições de permanecer em quarentena, seja por ser um profissional da saúde, seja por ser um cidadão que precisa lutar diariamente por um prato de comida. O ideal seria que todos pudessem cumprir a quarentena. Entretanto, vivemos uma vida real, e não uma vida ideal. Aos que não puderem cumprir a quarentena, peço que se protejam ao máximo, fazendo uso das medidas de higiene e evitando aglomerações.  
        Peço, portanto, que, várias vezes ao dia, faças corretamente a higiene das mãos. E, se faltar álcool em gel, podes usar água e sabão na higienização das mãos. Segundo o infectologista André Luiz Machado – do Grupo Hospitalar Conceição, de Porto Alegre-RS – água, sabão e correta lavagem das mãos são mais eficazes contra o COVID-19 do que o álcool em gel. Se puderes, cumpra a quarentena. Se não puderes cumpri-la, protege-te ao máximo. Por fim, peço que te mantenhas bem informado (a), sempre buscando fontes confiáveis de informação. Essa pandemia vai passar. Tal como uma tempestade que chega e vai embora. Quanto mais rápido praticarmos o autocuidado e, simultaneamente, o cuidado ao próximo, mais rapidamente essa tempestade vai passar.


(Imagem retirada da Internet)